Pandemia reduz exames de mama no SUS em 62%, diz pesquisa
Levantamento feito pelo Ibope Inteligência aponta que 73% das mulheres com mais de 60 anos disseram não ir ao médico por medo da Covid-19
Por: Deise Bach
20 de outubro de 2020
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Um levantamento do Ibope Inteligência, a pedido da farmacêutica Pfizer, revela que 62% das mulheres não foram realizar exames de detecção de câncer de mama este ano devido à pandemia. As mulheres com mais de 60 anos foram as mais afetadas, 73% delas disseram não ir ao médico ginecologista ou mastologista por medo da Covid-19.

Entre as mulheres de 30 a 39 anos, 59% disseram estar aguardando a pandemia passar para ir ao médico, a menor taxa entre as entrevistadas. Dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) revelam que a principal reclamação das pacientes atendidas desde o início da pandemia foi o cancelamento de consultas.

Em Valparaíso de Goiás, a dona de casa Maria Aparecida de Sousa conta que contraiu a Covid-19 após uma consulta com cardiologista no SUS. Ela conta que teve os compromissos no sistema de saúde público cancelados e após a remarcação, ficou com receio de ser infectada novamente.

Em números gerais as cirurgias de câncer no Brasil reduziram em 70% os procedimentos entre março e maio, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) – redução de 116 mil cirurgias.

Os dados se estendem a outras áreas da medicina atendidas pelo SUS. As doenças cardíacas tiveram 70% das cirurgias canceladas em abril. Em relação a doenças renais, que provocam 35 mil mortes por ano, as cirurgias caíram 70% e os exames encolheram entre 50% e 80%, dependendo da região do país, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). 

Para Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da FEMAMA, os efeitos da pandemia no cancelamento de procedimentos no SUS serão sentidos a médio e longo prazo.

Mesmo com a pandemia e os efeitos no cenário pós-crise sanitária, o governo federal planeja cortes no orçamento da saúde para o ano que vem. A intenção do Executivo é destinar ao Ministério da Saúde R$ 127,7 bilhões de reais. R$ 7 bilhões a menos do que em 2020. 

Fonte: Redação Rádio Fronteira - Informações Brasil 61
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