A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, anunciou o valor do reajuste a ser aplicado nas tarifas emitidas pela Celesc Distribuição no período de 22 de agosto de 2020 a 21 de agosto de 2021. O valor do reajuste tarifário de maneira ordinária ficaria em 15,52% originalmente, em razão de impactos decorrentes de itens não gerenciáveis pela Distribuidora, tais como elevação de custos com encargos setoriais, aquisição de energia, com destaque para a compra de energia da usina de Itaipu precificada em dólar, e pelos custos com transmissão de energia.
Cabe destacar, entretanto, que o empréstimo da Conta-Covid proporcionou amortecimento dos índices de reajuste a serem percebidos nas contas dos consumidores catarinenses. A Conta-covid foi uma ferramenta disponibilizada pelo Ministério de Minas e Energia, e a participação da Celesc contribuiu para reduzir o impacto do reajuste da concessionária em -7,38%. Diante disso, o efeito médio para os consumidores será de 8,14%.
Para os consumidores residenciais, residenciais baixa renda, rurais, iluminação pública e comércio, atendidos em baixa tensão (Grupo B), que representam 79% do mercado consumidor na área de concessão da Empresa, o efeito médio será de 8,42% de aumento;
Para indústrias e unidades comerciais de grande porte (como shopping centers), atendidos em alta tensão (Grupo A), o efeito médio será de 7,67% de aumento.
Para o presidente da Câmara de Energia da FIESC, Otmar Muller, o reajuste neste momento em que a sociedade sofre as severas consequências da pandemia da COVID-19 é difícil de suportar, especialmente para as empresas mais frágeis.
"Este reajuste próximo a 8%, neste momento em que a sociedade sofre as severas consequências da pandemia da Covid-19, é um golpe doloroso e difícil de suportar, especialmente para as populações carentes e as empresas mais frágeis", avalia.
Para Otmar Muller, existe ainda uma elevada carga de impostos sobre a tarifa.
"Torna-se cada vez mais evidente a necessidade de revisão do modelo e das regras do sistema elétrico brasileiro. Tal como está, em qualquer situação fora de um mundo perfeito, de uma calamidade como a atual, o ônus vai ser pago sempre pelo consumidor. Isso precisa mudar. É importante ressalvar a isenção da Celesc nas causas deste reajuste. Ela tem sido historicamente uma das Distribuidoras mais eficientes do país", completou.
Por sua vez, o Presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, menos de 15% dos valores pagos ficam com a companhia.
"Entendemos que a Celesc tem uma finalidade social de distribuir energia à sociedade catarinense, por isto estamos indo até o limite do que podemos oferecer aos consumidores durante a pandemia, sem por em risco a prestação do serviço. No grupo A parcelamos mais de R$ 70 Milhões em faturas para cerca de 700 clientes, assim como no grupo B já parcelamos mais de 15 mil consumidores. Ressaltamos, entretanto, que a cada R$ 100,00 pagos pelo consumidor, menos de R$ 15,00 ficam com a Empresa. O restante somente é repassado para outros agentes do Setor Elétrico, e justamente estes valores tiveram o maior aumento neste reajuste”, destacou o presidente Cleicio Poleto Martins.