Dois irmãos foram condenados pelo Tribunal do Júri de Campo Erê a 240 anos de reclusão cada um, em regime fechado, pela chacina ocorrida em janeiro de 2023. O ataque resultou em quatro mortes e seis tentativas de homicídio, todos qualificados por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Além da pena de prisão, os réus foram condenados a pagar indenizações às famílias das vítimas, totalizando R$ 100 mil por cada vítima fatal, R$ 50 mil para cada uma das três vítimas feridas e R$ 20 mil para as três que não sofreram ferimentos.
Os crimes foram motivados por vingança: os irmãos responsabilizaram a cunhada pelo suicídio do irmão, ocorrido no mesmo dia, e planejaram matá-la. Como ela não estava no local, atacaram familiares e amigos. O réu, munido de uma espingarda, invadiu um bar na Linha Doze de Novembro e matou a proprietária e sua filha. Na residência aos fundos do bar, outras duas pessoas foram assassinadas, incluindo um idoso de 63 anos. O ataque ocorreu em uma área densamente povoada, colocando várias pessoas em risco.
O julgamento, que durou dois dias, foi marcado por depoimentos emocionantes, a presença de sobreviventes e um forte esquema de segurança. A promotoria, representada por Susane Ramos e José da Silva Júnior do MPSC, destacou a gravidade dos crimes e a necessidade de justiça, obtendo a condenação dos réus com base na soberania dos veredictos do júri.
Familiares das vítimas expressaram alívio com a condenação, afirmando que ela traz uma sensação de justiça e esperança de que tragédias semelhantes não se repitam. A sentença foi imediata, e os réus não poderão recorrer em liberdade, em conformidade com decisões do Supremo Tribunal Federal.