A cidade de Bernardo de Irigoyen, na Argentina, vive momentos de tensão após uma noite de violência que teve como alvo integrantes da Gendarmeria Nacional.
Na madrugada desta sexta-feira (28), a casa de um cabo da corporação foi atingida por mais de 20 disparos de arma de fogo. Pouco antes, o veículo do segundo comandante do Esquadrão XII também foi atacado a tiros no centro da cidade. O primeiro atentado ocorreu por volta das 3h30, em um terreno municipal entre a prefeitura e a Gendarmeria. Testemunhas relataram que dois homens encapuzados, em uma motocicleta, dispararam entre 10 e 15 vezes contra um Volkswagen Vento branco, pertencente ao segundo comandante do Esquadrão XII. A suspeita é de que os criminosos tenham utilizado uma metralhadora ou uma pistola automática. Cerca de uma hora depois, às 4h30, aconteceu o segundo ataque, no bairro Martín Fierro.
Segundo o relato do gendarme, ele estava em casa quando viu uma motocicleta parar em frente à residência. Os ocupantes abriram fogo, efetuando entre 25 e 30 disparos. Os tiros atingiram duas caminhonetes estacionadas na frente da casa: uma Ford Ranger cinza e uma Jeep verde-escura. Além dos veículos, a fachada da residência também foi danificada. No local, a Polícia Científica recolheu 28 cápsulas de munição calibre 9 mm espalhadas pela rua.
Diante da gravidade dos ataques, a Polícia de Misiones, por meio da Unidade Regional XII, iniciou um amplo trabalho de investigação. As autoridades não descartam a possibilidade de que os atentados sejam uma represália de grupos ligados ao contrabando, em resposta a uma recente operação na região. Na ocasião, várias caminhonetes carregadas com cigarros ilegais foram apreendidas em uma propriedade pertencente a um conhecido contrabandista da área. O prefeito Edgardo “Chichín” Aquino expressou preocupação com a escalada da violência na cidade fronteiriça.
Em relação aos ataques, o prefeito acrescentou: “É difícil ouvir que uma força tenha disparado contra algum contrabandista, lamentavelmente é assim. Todos sabem o que acontece em Bernardo de Irigoyen, mas ninguém faz nada”. Ele também comentou a falta de resposta das autoridades nacionais: “Enquanto isso, ouvimos que todos sabem o que ocorre, mas ninguém toma uma atitude. E eu, enquanto isso, estou à procura de um colete à prova de balas, mas não encontro meu tamanho”, desabafou.
Como medida emergencial, a segurança foi reforçada na região, e as patrulhas nos pontos de fronteira foram intensificadas para evitar novos ataques. Enquanto isso, as forças federais aguardam definições sobre o plano de segurança na fronteira, anunciado pelo governo nacional, mas ainda sem previsão de implementação.
