No mesmo dia em que Donald Trump tomou posse, 20 de janeiro, um novo protagonista emergiu no setor de inteligência artificial: o DeepSeek.
O chatbot chinês, descrito como uma alternativa de baixo custo ao ChatGPT, surpreendeu o mercado ao ultrapassá-lo em número de downloads nos Estados Unidos, na loja de aplicativos da Apple, em apenas uma semana.
Esse desempenho avassalador gerou ondas de impacto no mercado financeiro, resultando em perdas de mais de US$ 1 trilhão nas ações de gigantes da tecnologia na Bolsa de Nova York.
A novidade levantou dúvidas sobre a sustentabilidade dos altos investimentos no setor, especialmente entre as chamadas "big techs".
Enquanto empresas como a OpenAI e a Meta dependem de supercomputadores com até 16 mil chips avançados para treinar suas IAs, a startup chinesa desenvolveu o DeepSeek utilizando apenas 2 mil chips.
O custo total do treinamento foi de US$ 6 milhões (cerca de R$ 35 milhões), um valor que contrasta drasticamente com os bilhões de dólares investidos por empresas americanas.
A Meta, por exemplo, anunciou na última sexta-feira (24) um orçamento de até US$ 65 bilhões (R$ 383 bilhões) para sua divisão de inteligência artificial em 2025, um aumento de 50% em relação ao ano anterior.
A estratégia reflete a corrida por inovação no setor, mas o sucesso do DeepSeek coloca em xeque a eficiência de investimentos tão altos.
A necessidade de alternativas criativas por parte dos chineses surge, em parte, devido às restrições impostas pelos Estados Unidos, que em 2022, durante o governo Biden, limitaram a exportação de chips avançados para a China.
Empresas como Nvidia e AMD, líderes na produção de chips para IA, foram obrigadas a cumprir essas sanções, forçando startups como a DeepSeek a inovar com recursos mais modestos.
A revolução desencadeada pelo DeepSeek não só desafia a hegemonia das empresas americanas no setor de IA, mas também abre um novo capítulo no cenário global de tecnologia, onde o custo-benefício pode se tornar a nova moeda de poder.