O salário mínimo no Brasil deveria ser de mais de sete mil e 500 reais para que o trabalhador pudesse bancar moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social para ele e sua família – considerando uma família de 4 pessoas, dois adultos e duas crianças.
Essas são necessidades tidas como básicas na Constituição Federal que o salário mínimo atual, de R$ 1.518, não cobre.
Para ser mais precisa, segundo cálculos do Dieese, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, o salário mínimo deveria ter sido, em maio, de R$ 7.528,56 – praticamente 5 vezes mais do que o piso nacional em vigor.
Para fazer o cálculo do salário ideal, o Dieese leva em conta o valor da cesta básica mais cara entre 17 capitais pesquisadas.
No quinto mês do ano, foi considerada a cesta de São Paulo, que custouR$ 896,15
Outro cálculo realizado pelo Dieese é o tempo médio que o brasileiro precisa trabalhar para comprar os produtos da cesta básica.
Em maio, o tempo médio de trabalho foi de 107 horas e 43 minutos
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, dá para dizer que trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, no mês passado, 52,9% do rendimento - mais da metade do salário - para adquirir os produtos alimentícios básicos.