Redução de profissionais no mercado de trabalho, gerada pela pandemia, afetou principalmente as mulheres.
Entre julho e setembro do ano passado, elas representavam 45 vírgula oito por cento do total de trabalhadores.
É o menor volume desde 1990, quando a taxa ficou em 44 vírgula dois por cento, informa o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, em que a participação das trabalhadoras era de 53 vírgula três por cento, a queda é de sete pontos percentuais e meio.
Entre os homens, a redução foi menor de um período para o outro, de seis vírgula um pontos percentuais.
A participação dos funcionários do sexo masculino caiu de 75 vírgula oito por cento para 65 vírgula sete por cento.
Em entrevista ao Infomoney, a fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes, diz que existe a ideia de que as mulheres não vão conseguir focar no trabalho corporativo porque não podem ser ao mesmo tempo boas executivas e boas mães.
Para Lucas Assis, economista da consultoria Tendências, a segregação ocupacional ficou mais evidente com a pandemia.
Segundo ele, os postos de trabalho mais afetados foram os que geralmente são ocupados por mulheres, como por exemplo as atividades domésticas, o comércio e os serviços.
Por outro lado, o impacto da crise foi menor no setor de construção civil, que concentra mais homens.