Uma surpresa. Pela segunda vez na história de Santa Catarina, um governador poderá tomar a atitude de renunciar ao mandato de Chefe do Poder Executivo catarinense.
O primeiro, em 13 de outubro de 1893, Manuel Joaquim Machado, interventor nomeado pelo então presidente Marechal Floriano Peixoto, renunciou após romper com o governo federal, sendo acusado de anarquizador, subversivo e culpado pelo derrame de sangue ocorrido no Estado. Ele foi denunciado pelo deputado federal Felipe Schmidt, pela prisão de um funcionário federal, de forma ilegal.
E agora, a segunda renúncia poderá ocorrer mais de 100 anos depois, em que o governador Carlos Moisés da Silva, e a vice-governadora Daniela Reinehr, poderão deixar o poder a qualquer momento.
Conforme apurado pela nossa reportagem, os mandatários estariam tomando a atitude como uma contraofensiva aos deputados da Assembleia Legislativa catarinense (Alesc), e desta forma evita-se que o Estado tenha eleições indiretas, em que os deputados elegeriam um novo governador, para um mandato tampão, até as eleições de 2022.
Carlos e Daniela já manifestaram publicamente que negam qualquer possibilidade de renúncia dos mandatos de Chefes do Executivo de Santa Catarina. Entretanto, fontes ligadas à Casa d’Agronômica confirmaram que existe sim a possibilidade, inclusive, já estaria pronta para a assinatura e publicação da carta de renúncia.
As especulações ganham consistência desde o agravo da crise política após a votação de abertura do processo de impeachment pela Alesc, no último dia 17.
Na última segunda-feira, dia 21, o governo contra-atacou, reunindo os secretários e lançando informações sobre ex-membros do governo anterior e deputados, deixando ainda mais claro que o parlamento catarinense não indicará, por forma indireta, o novo governador. A renúncia obrigaria à convocação de eleições diretas, ou seja, onde os catarinenses retornariam às urnas.
A renúncia traria de volta nomes conhecidos dos catarinenses. Dos possíveis candidatos, três são senadores: Amin, Dário Berger, e Jorginho Mello. Além disso, outros postulantes são: Merísio, Décio Lima e Lucas Esmeraldino.
Importante destacar, que este processo, que já está para apreciação na comissão mista, terá uma decisão importante: o afastamento de até 180 dias dos réus. Isso será decidido pelos deputados e desembargadores, ao dar prosseguimento, ou não, do feito. Em caso de afastamento, não haverá mais a possibilidade de renúncia de Carlos e Daniela, devendo consentir com o que for decidido no julgamento final.
Ademais, há um segundo processo, que já está em fase de tramitação na Alesc, e que há a comissão formada com 11 deputados estaduais. Este pedido segue de forma independente. Ou seja, ele só poderá sofrer o arquivamento, se o primeiro processo for julgado procedente, com o resultado do impedimento do governador e vice, de seguir com seus mandatos.
Agora, é aguardar para conferir a veracidade ou não das especulações.