A Polícia Civil de Campinas investiga uma mulher que levou um idoso morto, a uma agência bancária, para tentar sacar o benefício dele. A tentativa de fraude contra a previdência do estado de São Paulo ocorreu no último dia 2. A mulher havia levado o cadáver em uma cadeira de rodas.
No último dia 2, guardas-civis de Campinas foram acionados para irem a agência do Banco do Brasil, pois no local o escrivão de polícia aposentado “estaria passando mal.”
Ao chegar na agência, segundo relatado pelos guardas à polícia, uma equipe de bombeiros civis já atendia o idoso, que chegou ao local, por volta das 10h, em uma cadeira de rodas, empurrada pela mulher de 58 anos, que se identificou como companheira dele, e afirmou estar desempregada.
Em seguida, ainda de acordo com os GCMs, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), também chegou à agência e socorreu à vítima. Um dos socorristas levantou dúvidas sobre a morte do policial aposentado, “que aparentava estar morto há mais tempo, devido ao estado cadavérico em que se encontrava e ao inchaço dos pés”, diz trecho de boletim de ocorrência.
A mulher que acompanhava o escrivão aposentado afirmou à polícia manter uma união estável com ele, há cerca de dez anos. Ela teria dito aos guardas, segundo registrado pelo 1º DP, que levou o companheiro ao banco porque ela movimentava as contas do idoso. Porém, a desempregada alegou ter perdido a senha de letras do companheiro, com a qual receberia a aposentadoria – cujo valor não foi informado.
Um laudo, concluído e entregue à Polícia Civil nesta quinta-feira (15), indica que o idoso, um escrivão de polícia aposentado de 92 anos, tinha morrido cerca de 12 horas antes de seu corpo ser levado pela mulher, de 58 anos, até uma agência na região central da cidade. Ela era companheira do aposentado.
“A causa da morte foi natural, mas vamos indiciar a companheira do idoso por estelionato e vilipêndio de cadáver [desprezar ou humilhar corpo]”, explicou ao 'Agora' o delegado Cícero Simões da Costa, do 1º DP de Campinas.
Em decorrência da conclusão do laudo, acrescentou o policial, funcionários do banco, além da ex companheira do idoso, serão ouvidos novamente em depoimento.