Quarenta pessoas foram presas durante o cumprimento de mandados da Operação Enterprise, deflagrada na segunda-feira (23), para combater crimes de lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas.
O balanço final foi divulgado pela Polícia Federal (PF) na tarde desta terça-feira (24). Foram expedidos pela Justiça 215 ordens judiciais, sendo 66 mandados de prisão preventiva e 149 de busca e apreensão, segundo a polícia.
Os mandados foram cumpridos em cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco - e também no exterior.
A operação, que contou com apoio da Receita Federal, é considerada a maior do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e uma das maiores da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros, conforme a PF.
Confira o balanço da operação, segundo a PF:
Prisões: 40 (37 no Brasil, 1 no Panamá, 1 na Colômbia e 1 na Espanha);
drogas apreendidas: 200 kg de cocaína;
veículos: 71, sendo um jet ski;
patrimônio bloqueado: em imóveis, carros de luxo, jóias e aeronaves, cerca de R$ 400 milhões. Entre as aeronaves, houve o sequestro de 37. Uma delas, que está na Europa, foi avaliada em cerca US$ 20 milhões;
armas de fogo e munição: 16 armas de fogo, um simulacro e 507 projéteis;
Segundo a PF, a investigação durou mais de dois anos e aponta que os dois portos mais usados pelos traficantes eram os de Santos, no litoral paulista, e de Paranaguá, no litoral do Paraná. A droga, ainda conforme as investigações, era enviada, em grande parte, para a Europa.
O esquema de lavagem de dinheiro, segundo a polícia, envolvia multimilionários no Brasil e no exterior com uso de pessoas conhecidas como laranja, e empresas de fachada, com o objetivo de dar aparência lícita ao lucro do tráfico.
A Receita Federal disse que as investigações iniciaram a partir de uma apreensão realizada em setembro de 2017, quando 776 quilos de cocaína, que estavam sendo exportados pelo Porto de Paranaguá com destino ao Porto de Antuérpia, na Bélgica, foram apreendidos.
A partir dessa apreensão, ainda de acordo com a Receita, a PF instaurou um inquérito policial e os dois órgãos públicos atuaram em conjunto nas investigações até descobrir a organização criminosa.
Enterprise faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que trouxe alto grau de complexidade à investigação policial, explicou a PF.