Policiais federais e auditores da Receita Federal estão cumprindo, nesta terça-feira (5), uma série de mandados de busca e apreensão em diversos estados, no âmbito de uma operação que investiga um esquema de corrupção envolvendo servidores da Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Paraná. A ação é um desdobramento de uma operação iniciada em janeiro de 2022 e visa apurar fraudes relacionadas a contratos com o poder público.
São 43 mandados sendo cumpridos no Paraná, além de ordens judiciais em outros estados, como Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal. O foco da investigação é o pagamento de propinas a servidores do DNIT, que teriam recebido valores indevidos de empresas contratadas para obras de infraestrutura, principalmente entre 2011 e 2022.
Segundo a Receita Federal, as investigações revelaram um esquema envolvendo fraudes em licitações, falhas em contratos, inexecução de obras e atos de corrupção, com destaque para a fiscalização e supervisão de obras executadas pelo DNIT no Paraná. Entre os principais alvos da operação está a obra de duplicação de um trecho da BR-163, na região oeste do estado, que teria sofrido um desvio de R$ 60 milhões, identificado por auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU).
Em Cascavel, alguns mandados foram cumpridos, e o superintendente do DNIT no Paraná, foi afastado do cargo. A investigação também apura a movimentação de dinheiro em espécie, sem comprovação nos saldos bancários, além de ocultação de bens em nome de terceiros.
Um dos contratos em questão, referente à duplicação da BR-163, tem valor atualizado superior a R$ 700 milhões, com auditorias apontando sobrepreço e superfaturamento de R$ 60 milhões.
Impacto social
A fraude na obra da BR-163 causa grandes prejuízos à população e à economia, já que essa rodovia é essencial para o escoamento da produção agrícola e para a integração das regiões Sul e Norte do Brasil.
Ação coordenada
A Operação Rolo Compressor, que conta com a participação de 124 policiais federais, 17 auditores da CGU e 6 da Receita Federal, também inclui o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, além do Distrito Federal. Também foi decretado um mandado de prisão temporária, o afastamento de cinco servidores públicos e o bloqueio de bens dos envolvidos.
Até o momento, o DNIT não se manifestou sobre o caso.