O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reforçou o alerta sobre os riscos fiscais na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira (12), e indicou que uma piora nas expectativas de inflação pode prolongar o ciclo de alta da taxa de juros.
O comitê destacou que a percepção do mercado financeiro sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade das regras fiscais está impactando significativamente as expectativas econômicas e o câmbio.
O Copom enfatizou a importância da transparência, previsibilidade e comprometimento com as normas fiscais, reiterando a necessidade de medidas estruturais para a gestão do orçamento fiscal. Durante a reunião, o colegiado também sublinhou os desafios de estabilizar a dívida pública, especialmente devido a questões estruturais no orçamento.
O comitê observou que a redução no crescimento dos gastos, especialmente de forma estrutural, pode contribuir para o crescimento econômico no médio prazo, melhorando as condições financeiras, diminuindo o prêmio de risco e promovendo uma alocação mais eficiente de recursos. O Copom incorporou em seus cenários a expectativa de desaceleração no ritmo de aumento dos gastos públicos ao longo do tempo.
O Copom revisou suas projeções de inflação. Para 2024, a estimativa foi elevada de 4,3% para 4,6%, acima do teto da meta, e para 2025, passou de 3,7% para 3,9%. Para o 2º trimestre de 2026, a previsão de inflação foi ajustada para 3,6% (era 3,5% em setembro). A próxima reunião do Copom ocorrerá nos dias 10 e 11 de dezembro, marcando o último encontro do ano.