Um estudo produzido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, indica que cada vez mais os estudantes brasileiros no ensino superior desistem mais cedo ou levam mais tempo do que o previsto para a formatura. No Brasil, 25% dos alunos abandonam o curso superior ainda no primeiro ano e apenas 38% terminam a graduação dentro do prazo esperado. As baixas taxas de permanência também refletem o número de que apenas 24% dos jovens adultos, de 25 a 34 anos têm ensino superior completo no país.
Os principais motivos apontados no estudo e que explicam a alta evasão no ensino superior são: Baixa qualidade da educação básica; Fator Financeiro e Falta de Perspectiva. O problema da educação básica é que muitos alunos chegam ao ensino superior com várias lacunas no conhecimento, evidenciando que houve falha na aprendizagem de forma estrutural, principalmente em questões que deveriam ter sido solucionadas ainda nas escolas. A falta de remuneração durante o período de estudos é outro problema, tanto para quem está na rede privada quanto para a rede pública.
O aumento do custo de vida, que vai desde aluguel, transporte, vida social e outros custos da própria graduação, impedem que o estudante permaneça focado e sem se preocupar tanto com a questão financeira neste período. Quanto à perspectiva, a maioria dos cursos no Brasil é de média ou baixa qualidade, acarretando em uma formação insegura e que limita os retornos financeiros com o diploma na mão. Outros problemas apontados no estudo, mostram que no Brasil o estudante ainda é muito jovem para decidir a sua profissão e não tem outra alternativa para explorar melhor as suas qualidades e interesses. Isso acelera as desistências ou mudanças de curso, e consequentemente no tempo levado para a graduação.
No Brasil, 76% dos ingressantes das universidades tiraram um ano de intervalo após o fim do ensino médio, mas isso não significa que este mesmo número concluiu os estudos. As desistências voltam a indicar os mesmos motivos anteriores: necessidade financeira, falta de perspectiva e outras questões sociais. Em média, indivíduos com mestrado têm empregabilidade e rendimentos significativamente mais altos do que aqueles que só estudaram até o bacharelado. A necessidade urgente de ingressar no mercado de trabalho e acumular funções, impede a grande maioria de aprimorar os conhecimentos através de mestrados e doutorados.