O nome é Ponte da Integração, mas já dá para chamar de Ponte da Discórdia. Depois do desconforto entre governo federal e governo do Paraná, por conta da inauguração da Perimetral Leste de Foz do Iguaçu pelo governador Ratinho Junior (PSD) no dia 11, agora o governo brasileiro também conseguiu o descontentamento do governo do Paraguai. Isso porque, na sexta-feira (19), o presidente Lula (PT) inaugurou oficialmente a ponte, que liga Foz do Iguaçu, no Brasil, a Presidente Franco, no Paraguai, sem a presença do presidente do país vizinho, Santiago Peña. A ponte foi construída com recursos da Itaipu Binacional.
Na cúpula do Mercosul, no ultimo sábado (20) em Foz do Iguaçu, com a presença dos presidentes dos países do bloco, Santiago Peña reclamou: “Fiquei com um gosto amargo na boca. Porque apesar dos avanços, vejo uma mesquinhez política.
Vejo que além dos discursos que temos a cada seis meses nessas cúpulas, quando, depois, temos que implementar, não vemos grandes avanços E um exemplo foi a inauguração da ponte no dia de ontem. E nisto assumo em parte a responsabilidade.
Na realidade a responsabilidade é da minha chancelaria e da sua chancelaria. Não posso compreender que depois de 50 anos de se ter inaugurado a Ponte da Amizade, as chancelarias não puderam se colocar em acordo para que o senhor e eu pudéssemos nos encontrar no meio dessa ponte para celebrar um feito histórico”.
Para a inauguração da outra ponte binacional, entre Porto Carmelo e Porto Murtinho (MS), que está sendo construída também com recursos de Itaipu, Peña sugeriu que ele e Lula tratem diretamente por telefone, sem a intermediação das chancelarias, para que possam inaugurar juntos. “Porque claramente os chanceleres demonstraram que não são capazes de fazer isso”.