As compras de fim de ano pela internet ganharam um agravante com a greve nacional dos Correios. Com compras atrasadas e sem atualização, os consumidores começam a reclamar com as próprias empresas. Sabendo disso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que os sindicatos mantenham pelo menos 80% dos trabalhadores em atividade em cada unidade, garantindo a continuidade dos serviços essenciais. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 100 mil por sindicato.
A decisão atende a um pedido da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e considera que o serviço postal é essencial e de prestação obrigatória do Estado. O TST também levou em conta o aumento expressivo da demanda por entregas no período natalino.
Nesta segunda-feira (29), o TST deve se reunir novamente com os trabalhadores dos Correios. A ideia é acabar com a greve nesta reunião, será a última tentativa antes do dissídio coletivo, previsto para terça (30).
A paralisação ganhou força após assembleias realizadas em todo o país. Dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios, 17 rejeitaram a proposta de mediação apresentada pelo TST e aprovaram a greve. Outros 16 aceitaram o acordo, enquanto duas entidades ainda não concluíram suas decisões. A proposta prevê reajuste salarial de 5% a partir de janeiro, com pagamento a partir de abril.
Atualmente, a greve atinge ao menos nove estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Consumidores e comerciantes relatam atrasos nas entregas e falta de atualização no rastreamento de encomendas, especialmente de compras feitas pela internet.
Em nota, os Correios informaram que as agências permanecem abertas e que a empresa está remanejando funcionários de outras unidades para manter a operação dos serviços essenciais. A decisão do TST é liminar e o mérito do dissídio coletivo ainda será analisado.