Projeto pretende prever e impedir surtos de dengue, febre amarela, chikungunya e zika.
Consideradas endemias, essas doenças provocam casos com frequência em determinadas regiões e ideia é antecipar futuras crises de saúde pública.
Somente no ano passado, mais de 980 mil casos suspeitos de dengue foram registrados no Brasil.
Também foram feitas quase 80 mil notificações de chikungunya, cerca de sete mil de zika e 19 de febre amarela.
Com o uso de um sistema desenvolvido por pesquisadores brasileiros, o projeto vai monitorar os comportamentos do vírus, dos mosquitos que transmitem essas doenças, dos animais intermediários e dos seres humanos.
Apesar de não passarem a doença para as pessoas, o aumento dos casos entre primatas, por exemplo, pode significar o início de um novo surto.
Os cientistas também vão investigar de que forma fatores como desmatamento, deslocamento populacional e fenômenos climáticos contribuem para essas epidemias.
Além disso, serão analisados outros vírus transmitidos por mosquitos que já estão em circulação nas Américas.
A pesquisa deve durar cinco anos e conta com a participação de cientistas de cerca de dez instituições nacionais e internacionais.
Ela será realizada em São José do Rio Preto, no interior paulista, em Manaus, no Amazonas, em regiões do Pantanal, e no Panamá, na América Central.
Em entrevista à BBC News, um dos coordenadores da iniciativa, o médico virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto, explica que são locais com muita transmissão de doenças por mosquitos e com laboratórios disponíveis para o estudo.
O projeto é financiado pelos Institutos Nacionais de Pesquisa dos Estados Unidos e tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa, a Fapesp.