A novela envolvendo a realização das provas do concurso PC PR parece que nunca mais terá fim.
Dessa vez, o episódio no domingo, 21, foi nada agradável pelos candidatos que foram pegos de surpresa com um novo cancelamento horas antes da aplicação.
O concurso com 400 vagas foi alvo de um pedido de adiamento feito pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e pela Defensoria Pública do Estado (DPE-PR), que entraram na justiça para que o concurso fosse adiado por conta da pandemia da Covid-19.
Cerca de 106 mil candidatos estava inscritos para a prova. Segundo a organização, a prova aconteceria em 350 locais em Curitiba e 19 em outras cidades do estado.
O curioso é que não somente os candidatos foram pegos de surpresa, mas a Polícia Civil e o Governo do Estado do Paraná, também.
Um comunicado foi divulgado no site da Universidade Federal do Paraná (UFPR) , banca organizadora, às 5h42 des domingo, 21, confirmando a suspensão.
No comunicado, a banca alega que durante "a última checagem realizada na madrugada" constatou-se que não havia condições de segurança indispensáveis para a realização da prova em todos os locais de Curitiba e Região Metropolitana - em função da pandemia.
A comunicação tardia prejudicou muitos candidatos, que protestam nas redes sociais.
A Polícia Civil do Paraná também divulgou nota alegando que “assim como os candidatos, também foi surpreendida, na madrugada deste domingo (21), acerca da decisão tomada pelo Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC-UFPR) de suspender a aplicação das provas agendadas para esta data”.
A corporação informa ainda que “imediatamente encaminhou ofício ao NC-UFPR requisitando os motivos ensejadores da medida adotada pela Banca contratada, pois, até então, era reportado por esta sobre a plena viabilidade de aplicação dessas provas”.
De acordo com o órgão, “a retomada do andamento desse concurso é muito aguardada pela Instituição Policial Civil e pela sociedade paranaense, na medida em que visa a recomposição urgente do deficitário quadro de servidores para atender as demandas de área essencial, que é a segurança pública”.
Milhares de candidatos serão prejudicados com essa decisão da banca, ainda mais que o concurso reúne cerca de 106 mil candidatos. Muitos se deslocaram de outros estados e questionam: "como vamos ficar com esse prejuízo?"
Pelas redes sociais, os candidatos manifestam a todo tempo a sua indignação com a decisão tomada de forma repentina.
Após todo o incidente a Universidade Federal do Paraná (UFPR) resolveu trocar o coordenador do Núcleo de Concursos da instituição.
De acordo com a universidade, Altair Pivovar será substituído temporariamente por Alexandre Trovon de Carvalho, no Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC-UFPR). Pivovar continua sendo professor da instituição.
Em nota oficial, a UFPR disse que o Núcleo de Concursos se deparou com "problemas de logística inesperados e insuperáveis", nas últimas 24 horas.
Entre os problemas elencados pela universidade está o recebimento de termômetros para checar a temperatura dos candidatos, que foi uma exigência feita pelo Ministério Público do Paraná e Defensoria Pública da União e do Estado.
Além disso, a universidade afirmou que locais que haviam cedido o espaço para aplicação das provas, como escolas, desistiram da permissão, o que gerou um problema para realocar os candidatos.
A UFPR disse que a suspensão do concurso, apesar de ser radical, "seria menos traumática que uma execução das provas", já que a aplicação poderia por em risco candidatos e colaboradores.
A instituição avaliou ainda que, diante dos problemas, o concurso poderia acabar sendo anulado e refeito em um outro momento.
Por fim, a universidade lamentou a suspensão e disse que abriu uma apuração interna para identificar se houve desvios na condução das ações realizadas.
O Governo do Paraná afirmou por meio de nota que vai abrir um processo administrativo por quebra de contrato contra a UFPR e que não compactua com a "irresponsabilidade de serem informados do cancelamento poucas horas antes da aplicação das provas".
Além disso, disse ainda que está cobrando esclarecimentos do Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná, responsável pelo concurso, sobre a decisão.