Covid-19: com fila de espera por UTI, médicos de SC aplicam 'protocolo' e escolhem pacientes que terão leitos
Pronto há quase 1 ano, protocolo que estabelece critérios e pontuação para escolha começou a ser usado e fevereiro
Por: Itamar Soares
18 de março de 2021
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Hospital da UFSC é um dos que usam protocolo para escolher pacientes que terão UTI — Foto: NSC TV/Reprodução

Diante do colapso na saúde em Santa Catarina e da fila de espera de pacientes por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), médicos têm vivido um dilema: escolher quem será entubado em leito de UTI. Desde fevereiro eles estão usando o ‘Protocolo de alocação de recursos escassos durante a pandemia de Covid-19’, que estabelece critérios que ajudam os profissionais a identificar o paciente que tem mais chance de sobreviver.

 “Quanto mais frágil é uma pessoa, menos ela vai ser capaz de tolerar, não só a doença grave, como os tratamentos agressivos que muitas vezes são necessários para tentar salvá-la. Se a gente quer salvar o maior número de vidas, precisa saber identificar quais são os pacientes que têm mais chance de sobreviver”, explica a médica intensivista Lara Kretzer.

Ela é uma das autoras deste protocolo, pronto há quase um ano, mas que entrou em prática no mês passado, quando começaram a faltar UTIs. Desde então, a lista de espera só aumenta e tem, agora, mais de 450 pacientes.

Os critérios para escolha de quem terá leito seguem orientações da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. A Secretaria de Saúde do Estado (SES) de Santa Catarina recomenda o uso do documento.

Os pacientes recebem uma pontuação considerando três critérios:

- número de órgãos comprometidos

- se tem doenças crônicas avançadas e

- a funcionalidade, ou seja, se o paciente tem boa condição física e motora

Em uma situação hipotética com dois pacientes com insuficiência respiratória grave, um de 60 anos, com pressão alta controlada e vida ativa, e outro de 50 anos, com câncer avançado que passa a maior parte do tempo sentado ou deitado, o segundo receberia mais pontos que o primeiro. Assim, o paciente de 60 anos teria a vaga, pois quanto menor a pontuação, maior a prioridade na fila.

Fonte: G1
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