O preço da gasolina comum em Santa Catarina ainda não chegou a R$ 7, como em outros Estados, mas os aumentos ocorridos em menos de oito meses são sentidos no bolso dos catarinenses. No acumulado de janeiro a agosto, segundo especialista ouvida pelo Diário Catarinense, o litro da gasolina comum ficou 27,5% mais caro aos motoristas. E a previsão é de novos reajustes até dezembro.
Morador de Florianópolis, Arthur Sobral Marques conta que tem pelo menos 25% do salário mensal comprometido com combustível. E esse percentual, segundo ele, serve apenas para custear o deslocamento entre a casa e o trabalho.
- Eu necessito de carro para trabalhar, então sempre estou preocupado com isso. Vai chegar um ponto que vai se tornar inviável [ir para o trabalho de carro]. Se o preço continuar a subir vou ser obrigado a mudar o meu modo de ir trabalhar - comenta Marques.
- Moto é algo que eu não uso por zelar pela segurança. Mas vou me tornar obrigado a usar. Muitos outros vão ter de fazer isso, aumentando muito o número de motos e de acidentes no futuro - preocupa-se.
O preço mais baixo ainda encontrado na região até esta quinta-feira (26) é de R$ 5,53, enquanto que o mais alto chega a R$ 5,99. E esse valor, embora custoso aos motoristas, não é o ideal para a margem de lucro dos revendedores que também temem por novos aumentos, segundo Fernandes:
A mais recente pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 15 a 21 de agosto, apontou que a gasolina comum mais barata de SC está em Joinville. O preço médio é de R$ 5,55, menor valor em comparação a outras 18 cidades do Estado.
- Desde que não haja aumento do preço de petróleo, a possibilidade [de estabilidade] existe. Mas, com os problemas de alta que ocorrem, a previsão de passar de R$ 7 se mantém. Na maioria dos estados já está superior - analisa.
- O preço do barril de petróleo vem sofrendo pressão de demanda em função da retomada da produção em âmbito mundial [...] e é provável que tenhamos mais aumentos ao longo dos próximos meses, porque seguimos nesse processo de retomada das economias.
Além disso, a oscilação da taxa de câmbio observada nos últimos meses é bastante significativa, explica a economista:
- No caso dos combustíveis é um pouco mais difícil encontrar soluções por causa dos deslocamentos, mas tem aumentado bastante o uso compartilhado dos automóveis - comenta.
- Se conseguir, combinar de ir no mesmo veículo com quem vai para mesma região é uma saída. Fazer rodízio se for o caso de ter mais carros, também - conclui.