Santa Catarina registrou, até setembro de 2021, a maior quantidade de apreensão de drogas dos últimos seis anos em rodovias federais. Até terça-feira (14), foram 1.063 quilos de cocaína e 57 toneladas de maconha apreendidos, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Para a corporação, o ano de recordes de apreensões de drogas nas rodovias federais teve influência da pandemia.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a droga entra no Brasil pelas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai. A maior parte da carga tem como destino os grandes centros urbanos do país.
A droga que é trazida para Santa Catarina costuma ser transportada pelas BR-153, BR-163 e BR-282. Nessas rodovias, ou perto delas, que ocorrem as grandes apreensões.
O maior número de ocorrências, porém, é registrado no trecho Sul da BR-101, da Grande Florianópolis até a divisa com o Rio Grande do Sul. Segundo a polícia, a rodovia é usada por traficantes como um corredor.
"Santa Catarina já deixou de ser um estado exclusivamente consumidor de droga, era essa visão que nós tínhamos, né? Toda droga que entrava em SC, ela seria consumida aqui no estado. Nós temos SC, atualmente, como estado armazenador e fornecedor de drogas para outros estados. Os entorpecentes ficam durante um tempo em território catarinense, onde são separados em quantidades menores... E, depois, seguem viagem", disse o chefe do Comando das Operações Especiais da PRF, Marcelo Malheiros.
As apreensões nos últimos seis anos foram:
- 2016: 6.000 kg maconha - 307 kg cocaína
- 2017: 21.000 kg maconha - 669 kg cocaína
- 2018: 25.000 kg maconha - 376 kg cocaína
- 2019: 15.000 kg maconha - 1.000 kg cocaína
- 2020: 29.000 kg maconha - 733 kg cocaína
- 2021: 57.000 kg maconha - 1.000 kg cocaína
Troca de informações
A troca de informações entre as polícias tem sido fundamental para o aumento das apreensões no estado. A estratégia para combater o tráfico de drogas tem sido a descapitalização e a identificação das organizações criminosas.
Nos últimos dois anos, a Polícia Federal conseguiu sequestrar cerca de R$ 15 milhões em bens de traficantes presos em Santa Catarina.
"A nossa ideia é sequestrar, ou seja, ir lá buscar os bens que foram adquiridos com produto ilícito. E pegar e reverter diretamente nas ações de combate do crime organizado ou mesmo leilão que vai pra união, a união destina esses valores para outros setores como educação, saúde, etc.", afirma o delegado de Repressão a Entorpecentes da PF catarinense, Nelson Napp.