O fluxo de lava do vulcão que entrou em erupção no domingo em La Palma, nas Ilhas Canárias, está perto de chegar ao mar, sua desembocadura natural.
Esta situação preocupa as autoridades, pois a reação da lava em contato com a água salgada “pode originar explosões e emissão de gases tóxicos”, segundo a equipe de crise do Plano de Emergência para Vulcões das Canárias (Pevolca).
Uma zona de exclusão foi estabelecida no mar, paralela à costa, e se estendendo de Puerto Naos, no sul da ilha, até a praia de Las Viñas em Tazacorte, no norte. Em terra, as forças de segurança impedirão o acesso à área.
Os cientistas pensaram que o fluxo de lava atingiria a costa por volta das 20h de segunda-feira à noite. No entanto, o avanço dos rios de rocha derretida desacelerou e essa previsão não foi cumprida.
Quando a língua de lava, que tem uma temperatura em torno de 1.000 graus Celsius, chegar ao mar, que está a pouco mais de 20ºC, os especialistas dizem que haverá uma explosão de vapor d'água que criará uma densa nuvem branca. Esta pluma é causada pelo fluxo de lava devido ao seu calor extremo. Mas a rocha derretida também vai desencadear uma reação química, principalmente de cloro, que pode irritar a pele, os olhos e o sistema respiratório.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, existem quatro perigos principais associados à entrada de lava no oceano: “o colapso repentino de novas terras e falésias marinhas adjacentes no oceano, explosões desencadeadas pelo colapso, ondas de água escaldante lavando em terra, e uma nuvem de vapor que faz chover ácido clorídrico e minúsculas partículas de vidro vulcânico a favor do vento a partir do ponto de entrada.”
Mas a interação do mar com um vulcão nem sempre é destrutiva, como foi visto na erupção de 2011 de um vulcão subaquático nas ilhas Canárias de El Hierro.