“Aqui não”. Esse foi o posicionamento do governador do Mato Grosso do Sul em relação à linguagem neutra em seu estado. Reinaldo Azambuja, do PSDB, sancionou uma lei que proíbe o uso de linguagem neutra nas instituições de ensino do Estado.
O texto determina a obrigatoriedade do uso da norma culta da Língua Portuguesa nos instrumentos de aprendizagem utilizados no ambiente escolar, nos documentos oficiais e na confecção de materiais didáticos como forma de padronizar o idioma oficial do país.
Se você ainda não entendeu
A linguagem neutra pressupõe que o uso das letras “a” e “o” para determinar a variação de gênero nas palavras é ofensivo aos que não se identificam como mulheres ou homens, e vem sendo uma grande demanda da comunidade LGBTQIA+.
Alguns exemplos práticos: A palavra todos ou todas vira todes, ele ou ela vira ile e amigos vira amigxs ou amigues.
Na visão dos apoiadores da linguagem, ao mudar a vogal, a palavra se torna neutra. Pela ótica de boa parte dos especialistas em língua portuguesa, é um erro gramatical e não justificado.
Mato Grosso do Sul não foi pioneiro…
No ano passado, os governos de Rondônia e Santa Catarina adotaram medidas similares, proibindo o uso, mas o STF — sempre presente — entrou em ação depois de ser acionado e suspendeu a lei válida para RO.
Expandindo o foco: A discussão é mundial e escolas são apenas parte da polêmica. No Brasil, uma pesquisa recente constatou que cerca de 2% da população adulta do país se considera não-binária ou transgênero — em tese esses seriam os não representados.
De um jeito ou de outro… Você já deve ter escutado algum colega de trabalho falar assim, ou um e-mail corporativo que enderece a todos dessa maneira. A proibição no Mato Grosso do Sul não impede o uso corriqueiro, mas vai gerar burburinho.