A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quinta-feira (3) um homem de 48 anos suspeito de envolvimento direto em um ataque hacker que desviou milhões de reais de pelo menos seis instituições financeiras por meio do sistema de pagamentos Pix. O investigado é funcionário da área de tecnologia da informação (TI) da empresa C&M Software, responsável por interligar bancos ao Banco Central.

Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o suspeito confessou que foi aliciado por criminosos e forneceu dados de acesso — login e senha — permitindo que o grupo realizasse as transferências fraudulentas. Ele também executou comandos diretamente nos sistemas da empresa para viabilizar as transações.

O caso ganhou repercussão após a BMP Instituição de Pagamento, uma das afetadas, informar que ao menos R$ 541 milhões foram desviados de contas-reserva ligadas ao Banco Central. Essas contas são usadas exclusivamente para liquidação bancária entre instituições, não tendo relação com as contas dos clientes finais.

A prisão foi realizada por agentes da 2ª Delegacia da DCCIBER (Divisão de Crimes Cibernéticos), no bairro City Jaraguá, zona norte da capital paulista. Durante a operação, também foi determinado o bloqueio de R$ 270 milhões de uma das contas utilizadas para receber os valores desviados.

A C&M Software, autorizada desde 2001 a operar como prestadora de serviços para instituições financeiras, foi atacada na quarta-feira (2). A empresa é uma das responsáveis pela infraestrutura que conecta os bancos ao sistema Pix, implementado no Brasil em 2020.

Embora o Banco Central ainda não tenha divulgado a lista completa das instituições afetadas, a Polícia Federal, que também atua na investigação, estima que o total desviado pode chegar a R$ 1 bilhão