Uso de internet por adolescentes nas escolas cai de 51% para 37%
A coordenadora da pesquisa, Luísa Adib, aponta que a lei que restringiu o uso de celulares nas escolas, aprovada no início deste ano, contribuiu para a redução, além do debate político sobre proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.
Por: Luan Peretti
23 de outubro de 2025
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O uso da internet por crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos nas escolas caiu de 51% em 2024 para 37% em 2025, segundo o estudo Tic Kids Online Brasil 2025, divulgado nesta quarta-feira (22) em São Paulo. A coordenadora da pesquisa, Luísa Adib, aponta que a lei que restringiu o uso de celulares nas escolas, aprovada no início deste ano, contribuiu para a redução, além do debate político sobre proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.

Apesar da queda no acesso escolar, a internet continua sendo amplamente utilizada em casa: 92% dos jovens dessa faixa etária acessam a rede, número estável em relação aos anos anteriores, e 84% o fazem várias vezes ao dia. O celular é o principal dispositivo (96%), seguido por TV (74%), computador (30%) e videogame (16%). Entre os principais usos estão pesquisas escolares (81%), pesquisa de interesse pessoal (70%) e acesso a notícias (48%).

O estudo também aponta mudanças nas formas de uso: o acesso a redes sociais caiu entre os mais jovens, retornando a níveis semelhantes aos pré-pandemia. O consumo de vídeos produzidos por influenciadores digitais é alto, atingindo 46% das crianças e adolescentes, muitas vezes várias vezes ao dia, incluindo conteúdos potencialmente prejudiciais.

O número de jovens que nunca acessaram a internet subiu de 492 mil em 2024 para 710 mil em 2025. A pesquisa reforça a importância da mediação ativa dos pais, com diálogo e acompanhamento das práticas digitais, combinada a recursos de moderação das próprias plataformas, como previsto no ECA Digital.

O estudo ouviu 2.370 crianças e adolescentes e o mesmo número de pais ou responsáveis, entre março e setembro de 2025, sendo realizado anualmente pelo Cetic.br/NIC.br, exceto em 2020 devido à pandemia.

Fonte: Agencia Brasil
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