O que era uma tarde tranquila se transformou em um cenário de destruição e desespero na comunidade Linha Gleba União, interior de Dionísio Cerqueira.
O tornado que atingiu a região na sexta-feira (7) deixou casas em ruínas, arrancou telhados e mudou a vida de dezenas de famílias.
Entre os atingidos está o agricultor Davi Ecker, de 67 anos, que viu sua propriedade ser totalmente destruída.
“Foi em um instante. Eu consegui me esconder dentro da casa, mas quando vi, o telhado já estava descendo. Perdi tudo dentro do galpão, meu veículo também, e não tenho seguro de nada”, contou emocionado.
Davi trabalha com plantação de milho e produção de leite. Mesmo enfrentando dificuldades físicas, afirma que nunca deixou de lutar.
“Estou sofrendo muito com minhas pernas, mas sempre ajudo. Só espero que a Defesa Civil e o governo olhem por nós, que pelo menos consigam reconstruir o telhado e ajudar nas despesas”, desabafou.
Não é a primeira vez que o agricultor passa por uma situação parecida.
“Em 2009 também teve um tornado e perdi tudo. Até hoje nunca recebi nada do governo, nem estadual, nem federal. Agora aconteceu de novo. É muito sofrimento”, lamentou, com os olhos marejados.
Mesmo diante da perda total, ele tenta reunir forças para recomeçar.
“A gente sofre, mas não desiste. Espero que dessa vez o governo olhe pra nós e nos ajude a reconstruir o que perdemos”, afirmou, olhando o que restou de sua casa.
De acordo com a Defesa Civil, as comunidades Jorge Lacerda e Gleba União estão entre as mais afetadas pelo fenômeno. O tornado deixou pelo menos 60 residências danificadas, duas pessoas feridas e cerca de 30 desalojadas.
Além disso, houve queda de árvores, destelhamento de uma escola, uma igreja e uma empresa de ônibus, além de casas arrancadas do solo. Cinco ruas seguem interditadas devido à queda de vegetação. Equipes da Defesa Civil municipal e da Prefeitura seguem mobilizadas na entrega de lonas, limpeza das vias e apoio às famílias.
Diante da gravidade dos danos, a Prefeitura de Dionísio Cerqueira decretou situação de emergência ainda na noite de sexta-feira (7). O decreto, com validade de 180 dias, permite a mobilização de todos os órgãos públicos e a convocação de voluntários para ajudar na recuperação da cidade. A medida também agiliza o pedido de recursos estaduais e federais para reconstrução das áreas atingidas.