A cada dia que passa, a tecnologia avança e logo tudo há que se adaptar. E a medicina também avança. Já não é de hoje, mesmo em tempos de pandemia, que as Tele Interconsultas já são consideradas pelos Conselhos Regionais de Medicina dos Estados.
E os pacientes de Bom Jesus do Sul estão sendo privilegiados com esta tecnologia.
Numa parceria firmada entre o município e o Centro Ortopédico Beltronense, o projeto piloto já vem sendo realizado no atendimento dos pacientes que necessitam de atendimento de ortopedia.
Conforme a secretária de Saúde do município, Clarice Dill Pretto, os dados mostram que “em média, um paciente leva 100 dias para consultar com um especialista na área de ortopedia. Um tempo muito longo para quem realmente necessita. Dessa forma, com a tele interconsulta um paciente tem o especialista mais próximo, ao procurar a nossa Unidade Básica de Saúde”.
E ainda completa, dizendo que “o município teve uma considerável redução nos custos de transporte de pacientes, em vista de que muitas das situações apresentadas durante o projeto, foram solucionadas com os atendimentos das tele interconsultas”.
O coordenador do projeto piloto, doutor Mário Martins Neto, que esteve em visita ao município, na manhã desta sexta-feira (16), destaca que esse tempo citado pela secretária, durante o projeto, teve uma redução de mais de 90%. “Os resultados apontam que um paciente não ficou mais do que 2 dias esperando pelo atendimento médico especializado”.
E ainda ressalta que o principal objetivo da tele interconsulta “é diminuir, cada vez mais, as longas filas de espera para que um paciente possa receber uma consulta de um ortopedista. Muitas vezes, a ida dele ao médico da Unidade Básica de Saúde já é suficiente. Ele é atendido pelo médico do posto, que realiza todos os levantamentos, seja com um relatório, ou ainda com imagens de raio-x, e encaminham para a avaliação do especialista, que analisa os dados recebidos e determina, qual o tratamento indicado, ou ainda, se necessita receber mais informações, antes de apontar o diagnóstico”.
Para a realização do projeto, o médico do município, Ricardo Kenzo Furukita, tem fundamental importância, pois é ele quem realiza o primeiro atendimento e o levantamento dos dados. Ele aprova o projeto.
“Com certeza, de extrema importância. Até então, realizava a consulta com o paciente, identificava que o seu problema necessitava de um ortopedista e apenas encaminhava para o atendimento médico especializado. Hoje, com o projeto da tele interconsulta, eu recebo o paciente e busco levantar o maior número de informações possíveis, inclusive, com imagens, para que o médico que está do outro lado, possa analisar os dados e tomar duas decisões. Ou ele me solicita o levantamento de mais dados, ou então me indica o tratamento adequado para o caso do paciente. E muitas vezes, ou quase sempre, o paciente não precisa retornar na Unidade Básica de Saúde. Nós entramos em contato e já passamos as recomendações apontadas pelo especialista”, explica.