Justiça recebe denúncia e acusado de chacina em creche de Saudades vira réu
A partir da decisão do juiz, a defesa tem 10 dias para apresentar argumentos e listar testemunhas.
Por: Deise Bach
25 de maio de 2021
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O juiz da Vara Única da comarca de Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina, Caio Lemgruber Taborda, aceitou na tarde desta segunda-feira (24) a denúncia do Ministério Público contra o jovem de 18 anos que atacou a creche Pró-Infância Aquarela, em Saudades. Desta forma, o acusado se torna réu no processo.

No dia da chacina ele matou brutalmente três crianças e duas professoras. A partir da decisão do juiz, a defesa tem 10 dias para apresentar argumentos e listar testemunhas. Na sequência, inicia o prazo de cinco dias para que o Ministério Público se manifeste sobre a defesa apresentada. O magistrado decretou ainda que o processo deve tramitar em segredo de justiça.

Segundo inquérito apresentado pelas Polícias Civil e Militar, o homem de 18 anos entrou na Escola Infantil Pró-Infância Aquarela, em Saudades, por volta de 10h do dia 4 de maio.

Após ferir uma professora com uma espada, atingiu uma auxiliar pedagógica e quatro crianças menores de dois anos. Das vítimas, uma criança foi internada e se recupera junto da família, em casa. As demais morreram em decorrência dos ferimentos.

Dezenove pessoas tiveram a vida em risco

Na última sexta-feira (21), a denúncia contra o autor do ataque foi apresentada pelo promotor de Justiça responsável pelo caso, Douglas Dellazari. Segundo ele, havia 40 pessoas no local no dia da tragédia, sendo 21 funcionários e 19 crianças.

Destes, 19 tiveram, de alguma forma, “sua vida colocada em risco”, de acordo com o promotor. Por esse motivo o MPSC denunciou o autor também por tentativas de homicídio. Dessas 19 pessoas, oito eram adultos e 11, crianças.

Crime premeditado

Outro promotor de Justiça, Julio André Locatelli, disse que com a quebra do sigilo de dados do autor do crime, foi possível identificar que o crime foi premeditado após a investigação no notebook do autor.

“Foi possível verificar e confirmar que esse planejamento já perdurava em torno de dez meses”, revelou Locatelli.

Questionado sobre o novo pedido de exame de sanidade mental, Dellazari disse que o MP acredita que o autor tinha total controle e lucidez sobre os atos que tenha cometido.

“Não há dúvida razoável, para que se coloque em xeque a sanidade mental do acusado. Não há justificativa para o ato que ele cometeu”, reiterou.

Fonte: Redação Rádio Fronteira
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